Europa doente
A França está a viver tempos conturbados e os actos violentos que, nos últimos 15 dias, têm fustigado os arredores de Paris são prova disso. O Primeiro-Ministro Villepin tenta controlar a vaga de violência com soluções de recurso e com promessas difíceis de cumprir a curto prazo, como a recuperação e requalificação dos bairros que circundam Paris, habitados na sua maioria por franceses de origem argelina e outros imigrantes do norte de África.
Estes graves eventos estão a acontecer em França mas podem acontecer em qualquer Estado membro da União Europeia. A situação dos imigrantes em todos estes países é, na sua grande maioria, precária. O que leva os filhos dos imigrantes, já nascidos na Europa, a adoptar uma postura de revolta contra o país que os acolheu ou pela falta de oportunidades de trabalho ou, simplesmente, por não existir nenhum vínculo histórico ou cultural que lige esses jovens à sua nova pátria.
Como é que se resolvem estes problemas? Não com o actual modelo social europeu, que está profundamente desactualizado, mas sim com uma nova política económica para a Europa, uma política urgente que crie novos empregos e que ajude os imigrantes a integrarem-se com condições dignas. Também é necessária uma revisão às políticas de imigração, é importante travar imediatamente a constante entrada de imigrantes ilegais até a solução dos que já estão em solo europeu estar resolvida.
Apesar de ser contra a entrada da Turquia na União Europeia, tenho que admitir que a Europa precisa de imigrantes, e que, se estiverem devidamente legalizados e empregados podem dar um importante contributo para o projecto europeu.