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sexta-feira, junho 18

Preso por ter Rato

O texto seguinte, é da autoria de Ricardo Araújo Pereira, comediante brilhante e arguto analista político. Espero que ele não se importe que eu partilhe convosco o texto por ele escrito no INIMIGO PÚBLICO de 18/6/2004. Quem me conhece sabe que eu tinha que mostrar esta peça.
"Como toda a gente sensata, deixei de frequentar o Rossio quando Vasco Rato(*) ameaçou que, caso não existissem armas de destruição maciça no Iraque, se despiria lá. A hipótese de, um dia, podermos ser confrontados com as reaccionaríssimas (e translúcidas, receio bem) pendurezas de Vasco Rato, encheu muitos de nós de justificado pavor.
Porém, a minha opção teve tanto de higiénico como de incómodo: evitar o Rossio obriga-me a passar pelas Amoreiras e suportar os embaraços que as obras do túnel causam no trânsito. Em todo o caso, entre a contemplação do orifício que Santana Lopes fez na cidade ou a dos que a mãe Natureza entendeu fazer no Vasco Rato, a opção pelo primeiro tem forçosamente de ser reputada de menos má.
É preciso dizer, no entanto, que Vasco Rato teve o bom senso de, pelo menos até agora, não cumprir a promessa. E se do ponto de vista filosófico a atitude se reprova, porquanto Rato falta à verdade, do ponto de vista da preservação paisagística, aplaude-se com estradalhaço.
Portanto, estava tudo a correr muito bem. Nisto, Vasco Rato decide começar a colaborar num blog (oacidental.blogspot.com), onde lembra o que havia dito sobre as armas de destruição maciça: "Atrever-me-ia a dizer que se elas não existirem até poderia andar nú [sic] no Rossio". Assim mesmo, e sempre com o acento em "nu". É uma minudência, dirão. E eu concordo que a ortografia não faz o génio. Mas nunca consigo conter a surpresa quando um docente universitário comete um erro ortográfico, seja ele professor numa universidade a sério ou na Lusíada - como parece ser o caso.
Incomoda-me profundamente que Vasco Rato tenha a sensatez de não pôr a nu o assento, mas persista em pôr o acento em "nu". Quase preferia que fizesse o contrário.
Atenção: eu disse "quase"

(*) Nem toda a gente saberá quem é Vasco Rato. Também não vou esclarecer. São raros os casos em que a ignorância é benigna. Este é, claramente, um deles."

RAP, és um génio!

1 Comments:

At 26 novembro, 2007 20:54, Anonymous Anónimo said...

Um comediante brilhante, e provavelmente um queijo passado!

 

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