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domingo, novembro 16

Nunca é demais recordar

« “Foi a noite mais divertida que já passámos na prisão”. A frase é de João Braga Gonçalves e foi proferida ontem, durante o café da manha, no estabelecimento Prisional junto à policia Judiciária (EPPJ). Na mesma mesa, João Vale e Azevedo e José Braga Gonçalves, outros dos notáveis daquela prisão, assentiram e o riso foi geral.
Tudo porque José Castelo Branco, cuja passagem pelo EPPJ dificilmente será esquecida, de acordo com aquilo que os irmãos Braga Gonçalves contaram ontem a uma das suas visitas. Tudo começou quando Castelo Branco teve de se despir, regra da prisão. O facto de estar de ‘collants’ de lycra e cuecas fio dental foi obviamente alvo de maior chacota. Depois, o ‘marchant’ ex-modelo não aguentou ficar fechado na cela. Gritava bem alto que sofria de ‘afrontamentos’ e ‘claustrofobia’. Numa primeira fase, os guardas iam-lhe abrindo a porta da cela a espaços. Mas face à gritaria, com frases como ‘são uns invejosos’. ‘eu sou um senhor, casado com uma dama multimilionária e conhecido em todo o mundo’ e ‘é por causa desta inveja que eu detesto este País, quero voltar para Nova Iorque”, quando a espertina já tinha atinjido toda a ala e todos riam, foi tomada a decisão de deixar a porta da cela aberta e colocar um guarda de vigia. De manha, na tal mesa do café, continuaram as lamentações. Castelo Branco queria estar ‘apresentável’ para ir a interrogatório, até porque só veste grandes marcas. Pediu gel e um elástico para o cabelo. Como não havia, protestou alto e bom som. Voltando as suas frases preferidas –‘eu sou um lorde, um senhor, vocês são uns invejosos, não posso ir assim ao juíz’-. Castelo Branco lá conseguiu um elástico de borracha normal e puxou o cabelo para trás com água.»

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